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Concessão automática de benefícios no INSS: é preciso ter cuidado

Concessão automática de benefícios do INSS: é preciso ter cuidado

Quando se pensa em INSS, se pensa em filas grandes e demoradas. Essa é uma realidade muito triste que os segurados enfrentam há muito anos.

A demora das análises impacta diretamente a vida dos segurados, pois a maioria deles depende da concessão de um benefício previdenciário para sobreviver.

E o que já era ruim, infelizmente está piorando. Atualmente, o INSS tem quase 2 milhões de processos parados aguardando a análise e esse número aumenta a cada mês.

Um dos principais motivos para essa demora é a falta de funcionários no órgão e para tentar amenizar o problema, o governo anunciou que vai contratar 7 mil militares da reserva, temporariamente, para assumir os cargos vagos e reduzir a fila de espera.

Além disso, desde 2018, o INSS implantou um sistema de concessão automática de benefícios na plataforma do Meu INSS com o intuito de acelerar o processo.

Porém, apesar de serem medidas capazes de reduzir as filas, podem gerar grande prejuízo para os segurados.

Por que a concessão automática de benefícios do INSS pode prejudicar o segurado?

A concessão automática de benefícios é feita de acordo com os dados do segurado que constam no banco de informações do INSS.

Isso significa que o INSS só utiliza os vínculos de trabalho, salários de contribuição e demais informações que o órgão já possui e há grandes chances deles não refletirem a realidade.

Dificilmente um trabalhador consegue contribuir durante toda a sua vida de forma regular e através de uma única categoria de segurado.

Além disso, é comum que a categoria a qual o segurado pertence mude no decorrer da sua vida laboral e consequentemente, a forma e valor pago ao INSS.

Tudo isso pode levar o INSS a não computar todos os vínculos de trabalho e contribuições do segurado, podendo conceder o benefício com o valor errado ou até indeferi-lo injustamente.

Vínculos de atividades especiais podem não ser computados como deveriam

Alguns trabalhos são chamados de atividades especiais, pois submetem o trabalhador a condições diferentes das comuns, como ambientes insalubres e perigosos, permitindo que o segurado se aposente mais cedo.

O tempo de trabalho exercido nessas condições vale mais do que o tempo exercido em uma atividade comum, devido ao risco de exposição à ruídos, radiação, vírus e bactérias, armas de fogo, combustíveis, gás e outros fatores.  É o caso de médicos, dentistas, enfermeiros, eletricitários, vigilantes, motoristas de ônibus e de caminhão, por exemplo.

Essas categorias de trabalhadores podem ser ainda mais prejudicadas pela concessão automática de benefícios, pois, apesar do tempo exercido nessas condições serem considerados especiais, é recorrente que o INSS considere esse tempo como comum e o segurado tenha que trabalhar mais tempo por isso.

Para evitar esse tipo de situação, o segurado deve estar sempre atento ao seu Extrato Previdenciário (CNIS) para corrigir a tempo qualquer erro que possa constar nele.

Para saber como evitar erros no CNIS, acesse: O segredo para o melhor benefício está no Meu INSS.

Com a concessão automática, as possíveis falhas no Extrato Previdenciário são completamente ignoradas e depois de concedido o benefício, fica bem mais difícil e demorado consertar esses erros.

Convocar funcionários pertencentes a outras áreas não é a solução

A análise de um benefício previdenciário é uma atividade complexa e extremamente técnica, que exige vasto conhecimento previdenciário.

A contratação temporária de empregados e servidores públicos pertencentes a outros órgãos do Governo não garante uma análise justa e pode prejudicar o segurado.

Por isso, contar com a ajuda e orientação de um advogado especializado em Direito Previdenciário é extremamente necessário para que o segurado não seja lesado pela pressa em diminuir as filas do INSS.

Sendo assim, em caso de dúvidas, procure um advogado de sua confiança.

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